Existia uma fada
repleta de luz que encantava a todos os outros de seu reino com suas delicadas
asas que refletiam a beleza do mundo. Todos vivam perto dela para serem
banhados por sua claridade e amor. Um dia a fada, estava voando pelos lugares
de seu reino e conheceu um humano que jurou estar apaixonado por ela, pelas
suas asas delicadas, pela sua luz e a prometeu levá-la a outros lugares do
mundo que ela ainda desconhecia. A fada, como era muito curiosa e pensou ser
uma oportunidade de levar sua luz a outros lugares escuros se encantou com o
humano e se apaixonou perdidamente por ele. Voltou para sua casa e contou a
todos que conhecia que estava apaixonada, que iria voar para longe com o humano
e que conhecera o amor. Os outros notaram uma luz mais intensa nas asas da fada
e acreditaram que isso seria o melhor para ela e que por estar tão feliz dessa
maneira conseguiriam ver a luz dela de muito muito longe. Então a fada
reencontrou o humano e disse que seguiria viagem com ele. Ele lhe pediu para
que ela fosse andando, pois suas asas podiam chamar muita atenção ao voar e
isso poderia ser perigoso. A fada, cega pela paixão e esquecendo-se que sempre
conseguiu desviar dos perigos, aceitou e mesmo não estando muito acostumada a
andar caminhou com o humano por diversos lugares. Foram os dias mais belos que
ela já teve, ela conheceu novos lagos, novos seres, novas histórias, cada vez
mais se apaixonava pelo mundo que o humano mostrava a ela e cada vez mais
confiava nele. Até que um dia ele lhe falou que o mundo poderia ser perigoso
demais para uma fada e que ele iria protegê-la de todo o mal e ela, achando
isso um ato de amor, entregou-se a ele. Então, ele comprou um potinho e a disse
que seria melhor ela ficar ali dentro quando ele não estivesse com ela. Ela
aceitou. Não conseguia perceber o quão isso podia arrasar a vida de fada dela e
destruir sua luz. Os dias se passaram e ela já sentia saudade de sua liberdade
de voar, de sua luz, dos amigos do seu reino e das risadas que eles a
arrancavam. Tentou abrir a tampa do pote, mas estava fechada com um cadeado que
apenas o humano tinha a chave. O humano
tornou-se frio, não a levava mais conhecer lugares novos e sempre gritava
quando ela dizia que não queria mais ficar no pote. Dizia a ela que só a estava
protegendo, que ela estava sendo ingrata e que isso tudo era por amor. Ela sentia-se
culpada ao ter vontade de sair dali que aos poucos começou a aceitar que ali
era seu lugar. Sua luz já estava ficando cada dia mais fraca.
Estrutura da redação - Tudo deve "make a sense"
Quem assistiu a última temporada de Game
Of Thrones, principalmente, o último episódio sabe o quão triste é acompanhar
um desenvolvimento fantástico, uma história envolvente, cheia de tramas e
subtramas para no final ela acabar de forma apressada, sem muitas explicações e
com um final que não condiz tanto quanto a expectativa que a série gerou nos
fãs. Se você gostou do final, ótimo, pelo menos um frustrado a menos na
história, não é mesmo? Mas, não é só com séries que gostamos que enfrentamos
esse problema. Também lemos livros que não possuem um final, ou são confusos,
não seguem uma linha cronológica de desenvolvimento, o que, por muitas vezes,
nos leva até a desistência da leitura. Filmes, novelas, até mesmo jogos, que
não possuem uma estrutura bem estabelecida, podem até serem diferentes do
convencional, mas se o contexto é baseado em caos, raramente gostamos da
experiência. Por que eu estou falando tudo isso? Bom, simplesmente porque sua
redação deve ser como um filme de romance clichê, eles se conhecem, se odeiam,
acontece uma situação que os obriga a ficar juntos, se apaixonam, daí vem o
clímax e por fim um final feliz. Ou, para os amantes de quadrinhos e super
heróis, quando ele é uma pessoa normal, depois acontece algo que o transforma
em herói, surge o vilão e nos 5 minutos do último tempo o herói salva a cidade
e tudo fica lindo e maravilhoso.
Mas, vamos ao que realmente
interessa >>>>> a redação
<<<<<. Ela precisa seguir uma estrutura marcada pela coesão e coerência. Isto é, tudo precisa estar interligado e esse todo
precisa fazer sentido. Nem uma frase, a não ser a primeira de seu texto, pode
fugir de uma relação anterior. Vamos dar um exemplo, bem bobinho, mas para
entender direitinho:
É sobre gratidão - e os peixes que já pescamos
-“Vai acender as velas
para ver se consegue pescar algum peixe amanhã?”.
-“Não, estou acendendo
pelos que já pesquei nos outros dias”.
Esse diálogo, tão
simples, que aconteceu entre minha mãe e um amigo de nossa família me fez
perceber o quão importante é a gratidão e quão esquecida ela está sendo, por
todos. Inevitavelmente, acender uma vela para a santa dos pescadores para pedir
uma boa pescaria é amplamente relacionado à fé, a religião a crença enrustida
em uma santidade ou entidade superior. Porém, acender uma vela pela boa
pescaria que teve independe do que cada um acredita, pois, transforma-se
num beliscão para acordar desse mundo negativo e tóxico em que vivemos e que
não agradecemos e se aprofundar num espaço em que a palavra obrigada é muito
mais dita que “desculpa” ou “por favor”. Eu cresci com o ensinamento de que
todas as “palavras mágicas” são importantes e entre elas não há uma hierarquia.
Entretanto, confirmo que isso está parcialmente correto. Somos ensinados a
agradecer, na infância até obrigados a dizer obrigado, a agradecer um presente,
agradecer um elogio, agradecer a alguma atitude um pouco fora da normalidade.
Mas, por que dizer obrigado tornou-se tão verossimilhante com o outro significado
da palavra? Por que agradecemos por obrigação
e não pelo coração? Com sinceridade. O muito obrigado já foi muitas
vezes sufocante. O muito obrigado já foi muitas vezes sufocado. E tenho uma
teoria para isso.
Texto de leitor(a) - Querida Pétala
O poema de hoje, participante do projeto, foi escrito por
uma mulher incrível que sempre escreve com o coração e encanta a todos com suas palavras, Julia Padilha, a
admiro muito e agradeço por ela sempre
espalhar a poesia que o mundo precisa.
Pequena se comparada às demais
Longe, tão longe
De caber
Dentre flores normais.
Tantos jardins
Nenhum era igual.
Já chorou com partidas
Histórias brevemente vividas.
Entre um raio e outro
Esconde suas feridas
Os pisões, tão doloridos
Que recebeste em sua vida.
Já passou por melancolias e temporais
Sobreviveu a rigorosos invernos.
Então fez de si
Seu melhor remédio.
Texto de leitor(a)- As flores amarelas e berrantes
Nos dias tristes, ela não consegue crer
que o sol ainda se põe no mesmo lugar que se punha nos dias felizes.
Quando ela sente a luz do sol,
incessantemente clara e quente, parece impossível que um satélite tão grande não
consiga captar também a tempestade dentro dela a chuva que escorre pelo seu
rosto. É um insulto que não tenha a decência de se esconder atrás de nuvens o mais
rápido possível e, pelo contrário, faz um espetáculo e se retira lentamente,
como um ator apaixonado que hesita em deixar o palco do primeiro teatro que
faz.
E que ironia que o pôr do sol, a
amostra mais óbvia de que tudo continua igual fora do seu peito, seja
justamente o momento em que você decide fazer tudo diferente.
Ela ainda se lembra daquele pôr do sol de
outubro que classificou como o mais bonito que havia visto. Nunca sabia a ordem
das estações do ano, mas achava que era primavera porque haviam tantas flores
amarelas que cada uma delas parecia um pequeno sol que também não tinha a
fineza de não se exibir.
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