Texto de leitora 2- Ansiedade e eu. Cabemos na mesma casa?




O texto de hoje que está participando do Projeto "Texto de leitor(a)" foi escrito por uma mulher que coloca a alma em suas palavras e sempre me auxiliou a enxergar o mundo com mais sensibilidade. Millene Raquel Manthey que possui um blog de escritos, também, com textos emocionantes e que inspiram.
Deixo o link do blog anexado ao post: http://th-myeyes.blogspot.com



         A ansiedade bateu em minha porta. Não abri, mas ela sorrateiramente pulou minha janela. Mãos para o alto, eu disse. Ela não obedeceu. Não é sua casa, não é seu lugar, mas faz questão de estar ali. Quieta no meu canto fiquei. Ela foi alimentado-se das coisas que haviam em mim. Primeiro, minha coragem. Foi-se toda em menos de minutos. Sentia que todo e qualquer mal me rondava. Estremeci. passaram-se horas e ali estava eu, brincando de estátua aos olhares de fora. Por dentro, o medo arrebatador me paralisara. Mal sabiam eles pelo que eu estava passando com a tal visita indesejada. Quanto mais ela se alimentava das coisas que ali estavam, mais ela crescia. A casa ficou pequena para nós duas. Expandiu-se tanto que fiquei eu encolhida num cantinho da sala, sem espaço para respirar. Ficando cada vez mais ofegante, senti que ia desmaiar. Ela ria, como se seu trabalho estivesse sendo muito bem executado. Em pânico, vi que a situação só pioraria.  Então respirei fundo e, antes que o ar se tornasse ainda mais rarefeito, fiz uma mesa redonda com ela.

Texto de leitora 1- Os mesmos olhos



Resultado de imagem para olhos de cigana tumblr

Esse texto foi escrito por uma pessoa muito especial que tive a honra de conhecer esse ano e que escreve lindamente, portanto, não deve ficar escondida entres linhas e folhas de caderno. Para quem quiser participar do projeto "Texto de leitor(a)" entre em contato comigo para participar do blog com seu escrito: 

“Havia um menino sentado no muro da escola, com fone de ouvido, derramando prantos sobre algumas folhas antigas, por algum motivo eu me aproximei do garoto e lhe perguntei o que houve de repente ele secou as lágrimas bruscamente, pegou aquelas folhas, disse que precisava ir e sem mais nem menos saiu. Achei aquilo muito estranho, aquele garoto me intrigava, ele esqueceu o celular, tal deve ter caído do seu bolso, eu peguei aquele aparelho e de alguma forma ele abriu no e-mail do garoto, eu comecei a ler seus e-mails, e me senti intrigada por um e-mail fixado sem destinatário, comecei a ler: “mamãe, eu sei que você jamais vai ler essa mensagem, mas eu precisava contar-lhe, eu estou lendo seu livro mais antigo, aquele que vc brigava tanto para que eu lesse, ele me faz lembrar vc, seu colar, tô carregando ele comigo, me sinto protegido de uma forma que só vc conseguia fazer eu me sentir, mamãe eu sinto sua falta, mas toda noite vejo seus olhos cor de mel nas estrelas, mamãe, eu ganhei o prêmio de melhor aluno, pois é minhas notas estão ótimas, ganhei também uma medalha de melhor jogador, eu estava usando seu tênis, riram de mim, mas a cada passo que eu dava ouvia vc dizendo: “vamos filho você consegue, n tenha medo de se machucar, vc é minha estrela” eu sorria com aquelas palavras. Mamãe você me deu uma segunda chance, você me salvou, eu amo você, agora, minha estrela”. Eu chorei enquanto lia, o garoto voltou e me disse: “desculpa esqueci meu celular”, eu levantei, devolvi o celular e o abracei dizendo: “ quero lhe ajudar a aproveitar sua segunda chance”, ele me abraçou de volta e disse: “você tem os olhos da minha mãe”...” 

- Tuani Rafaela Tabile, 15 anos.