Crítica - A cidade do sol


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Livro: A cidade do sol
Autor:Khaled Hosseini 
Leitura: Fácil e envolvente
Diferencial: Palavras utilizadas na região e na cultura que a história mostra. 
Classificação: 5 estrelinhas 

         Inesquecível. A palavra que melhor resume todas as sensações, todas as emoções, as dores e pensamentos ao ler cada singela e intensa palavra dessa grande obra. É necessário ter a mente aberta e o coração disposto a sofrer por personagens que, mesmo vivendo entre as linhas, vivem na vida real. Não que o livro seja baseado em fatos reais, mas a história, a luta, a guerra, tudo, acontece diariamente no mundo que o livro aborda. O Afeganistão e o universo inteiro agradecem a esse autor tão corajoso, Khaled Hosseini, por abrir as portas de nossa mente para conhecer esses lugares, essas situações e horrores que o povo de lá passa. E tudo isso devido à construção de duas personagens, fortes, corajosas e verdadeiras guerreiras. Mulheres. Que entre os muros dos países orientais sofrem por existir. São culpadas por respirar. E é exatamente isso que o livro mostra. Apesar de cada humilhação, apesar de cada gota de sangue que encharcava suas vestes, apesar de cada agressão sofrida, dente perdido, submissão e apesar de poder ver o mundo apenas pelo buraquinho da burqa não desistiram em nenhum segundo de lutar.

O quanto vale o riso de uma criança?

                         




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Você sabe o quanto é incrivelmente mágico ouvir uma risada infantil, não sabe? O quanto tudo parece melhorar quando, por um segundo, você ouve aquele som que mais parece uma sinfonia de Beethoven levada ao vento. Acontece que, em um segundo, ela pode ser levada. Ao longe.
O tráfico de crianças é algo que assusta. É algo que mexe tão profundamente com cada parte do nosso corpo que é melhor até evitar falar sobre isso. Na verdade, acredito que esse seja o maior erro que a humanidade comete. Evitar falar sobre isso. Não que não seja emitido nacionalmente nas telas das nossas televisões o fato de que o número de crianças que são submetidas a essa crueldade cresce absurdamente. Não que não saibamos a quantidade de crianças que perdem, todos os dias, a chance de crescer, de brincar e até mesmo de viver. Não que não esteja retratado em nossos livros de história, histórias que demonstrem que desde os tempos antigos as crianças também eram torturadas. Isso tudo está explícito. Mas, falar sobre o tráfico de crianças torna-se perigoso. Perigoso para alma.

A arte de escrever demônios




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             Ás vezes penso que tudo o que escrevo não passa de uma ilusão. É como se no final da última linha, do último verso o sentimento moralista invade a criatividade e o escritor precisa fazer com que o leitor faça a coisa certa. Espante seus demônios, caro amigo, e a vida ficará bela. Mas, acho que não é bem assim que acontece. Na realidade, escrever para alguém é nada mais nada  nada menos que escrever para e sobre si mesmo. Trocamos a tela por um espelho. Um papel por um auto retrato. Afinal, fica muito mais fácil dizer que é apenas uma história criada para encantar leitores e emaranhar-se nas curvas da imaginação. Até porque, no momento que você fala sobre algo você também sente esse "algo" ou pensa nisso ou percebe isso ou, até mesmo, quer fugir disso. Digamos que seja como dar um conselho. Conselhos sempre são dados baseando-se no que o conselheiro acha e pensa ser o melhor, e muitas vezes, seu ambiente observatório seja a própria a vida. Os conselhos podem dar certo para quem escuta e não dar para aqueles que o falam, Então, o fato de alguém escrever sobre saudade pode significar que esse alguém sente saudades. Falar sobre amor é só mais um sintoma de indivíduos amantes que pensam que rosas nunca murcham. Poetizar sobre dor é trazer dor no fundo do peito. Escrever, sem mais delongas, é despertar seus próprios demônios. É mostra que eles existem, eles persistem, eles possuem uma certa beleza interior e no final são sufocados com o final moralista do texto.