
Há uma flor perdida no campo.
O vento sopra contra sua singularidade.
Seu perfume natural que decora as
primaveras,
contrasta com a flor industrial
da cidade.
Pétala por pétala.
Sépala por sépala.
Humanidade por humanidade .
Sobra apenas o cabo da flor
e a ausência de pessoas de
verdade.
Somos homens sem rumo.
Sem remo.
Somos nós,
Que sufocam o “nós”
E se enforcam com a corda do ódio.
Somos flores ressecadas,
Pelas queimaduras das calçadas,
E que não se importam em dar
facadas,
Apenas para subir no pódio.
Somos os espinhos das flores,
Somos os sugadores das cores,
O mais colorido tornou-se o preto
e branco,
Pois olhamos para tudo e não
avistamos nada.
Estamos cegos pelas telas.
Estamos presos em celas.
Que abrigam sociedades alienadas.
Oh, flor do século,
Por que tão cheia de
negatividade?
Será que é a inexistência do “bem
me quer”
Nesse mundo só de maldade?
A sua alma luta por paz,
Mas as suas pétalas só travam
guerras.
A sua essência clama por justiça,
Mas as suas pétalas completam
todas as injustiças da Terra.
Há pétalas roubando a ingenuidade
do povo,
Outras a sua esperança de
florescer.
Há pétalas que abusam de outras
pétalas
Ou as impedem de nascer.
Há pétalas que destroem lares.
Assassinam pares,
Apenas por prazer.
Oh, flor do século,
Por que tão fechado é o seu
coração?
Por que encontramos tantas
pétalas caídas,
Perdidas em depressão?
Por que tanta falta de ética
Poética
e tão pouca ação?
Não consigo entender, flor
Por que tanto ódio e rancor?
Sinto falta dos olhares
apaixonados
E do tempo que existia o amor.
O verdadeiro amor.
Por muito tempo procuro
Solos que gerem flores sem
preconceito.
Metamorfoses que criem pétalas
cheias de respeito.
Pois dói no meu peito,
Ver um mundo tão rico de
desentendimento.
Há mais traições, do que
casamentos.
E minha mente de poeta
Crente nas rimas tortuosas da
vida
Faz crer que o amor
É mais que um mero lamento.
Eu creio, flor do século,
Que você tenha sentimentos,
Que pense que florescer
em um novo dia é um alento.
Mesmo tão suja e desgastada
Pelas poluições e poeiras da
estrada
Possa ser como a flor do campo,
Perdidamente singular.
Que acredita no amar.
Que acredita em um olhar.
Oh, flor do século,
Ensina as suas pétalas a
acreditar no que vier,
Pois quando vir o primeiro
sorriso de uma criança
Verás que o futuro, na verdade,
bem a quer.
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