A corda

                             
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Um passo de cada vez para não cair. A corda treme. Seu corpo estremece. O precipício nunca havia se tornado uma opção. Cair ao longe. Como se o corpo fosse flutuar como uma pena. Não é uma corda bamba de circo, apenas. Não é a prática de Slackline no fim da tarde. É uma corda que pode se transformar em um balanço e te fazer voar. Ao mesmo tempo que pode ser a corda responsável por enforcar você. Ou permitir que você mesmo faça isso. Essa corda ela é longa demais para avistar o final. Em momentos, pode ser grossa ao ponto de impedir que seus dedos a segurem. Em outros é tão fina que enrola-se por suas mãos. Essa corda é manchada de sangue. Pelo seu e todos aqueles que passaram por você. Muitos a fizeram tremer. O fizeram acreditar que ela não sustentaria seu peso. O fizeram se agarrar nela com apenas o dedo mindinho, mas isso não foi o suficiente para fazê-lo se render. Essa corda ela é construída como passagem. De um monte á outro que ninguém sabe onde está. Como é. O que contém. Mas a corda é o essencial para chegar até lá.
Respira fundo, respirar te mantém em pé. Sinta o oxigênio navegando entre seu corpo. Sinta os pensamentos o enlouquecer e tentar fazer com que pule dela. A corda é indestrutível ao menos que queira que seja destruída. O importante é compreender que ela um dia acaba. É controlada pelo destino ou por todas as crenças que há. Ela é um enigma nos livros antigos e nas mentes urbanas. A corda é o que te move e ao mesmo tempo o que te prende. Ao acordar passamos pela corda. Ao viajar, viajamos pela corda. Ao escrever, escrevemos sobre a corda. Ao viver simplesmente somos a corda. A corda é o que lhe faz acreditar. Ela é a própria vida. Enforca e ressuscita. Tenta o fazer cair, mas te segura. Ela é o que ninguém consegue explicar. O que todos atravessam nem que seja por um segundo. A corda é diferenciada. Independente e exclusiva para cada personalidade. Uma complexa teia de histórias que temem ser esquecidas no fundo do precipício. 

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